A introdução de programas de vacinação levou a reduções dramáticas de doenças, incapacidades e mortes por muitas doenças infecciosas. Isso significa que muitas doenças que são evitadas pela vacinação, raramente são vistas, quando há adesão pela população. Como exemplos, podemos citar as doenças como o Tétano, Rubéola, Caxumba e a Poliomielite. A varíola foi erradicada da face da terra, graças ao esforço mundial de vacinação. No entanto, por baixas coberturas vacinais atuais, estamos vendo ressurgir certas doenças como o Sarampo, a Coqueluche a Difteria que podem ser evitadas pela adesão à vacinação.
Nesse sentido, é necessário entender os múltiplos fatores que estão relacionados a não vacinação. Estes podem ser, desde a percepção enganosa, por parte da população de que essas doenças desapareceram, colocando a vacinação em segundo plano ou pela veiculação de informações equivocadas e sem fundamento científico, que gera em parte da população um receio em se vacinar. O medo de efeitos adversos graves, que são raríssimos, tem sido argumento usado para muitos não se vacinarem ou não vacinarem os seus filhos.
O principal argumento dos que levantam a bandeira contra as vacinas (antivacinistas) surgiu a partir de uma pesquisa fraudulenta publicada pela revista científica “ The Lancet” em 1998. Na época, um britânico associou o autismo com a vacina Tríplice viral. A comunidade científica demostrou que não havia correlação entre a vacina e a doença e o britânico perdeu seu registro de médico e seus artigos foram retirados
As vacinas podem reduzir o número de casos de doenças, hospitalizações e até de mortes. Um exemplo concreto é a vacinação dos idosos e outros grupos de risco com a vacina contra a gripe. A gripe não é como o resfriado comum. A gripe vem com febre alta, complicações pulmonares e insuficiência respiratória. E os dados estatísticos indicam que a proteção específica contra o vírus Influenza tem se refletido positivamente na prevenção de mortalidade, principalmente entre os idosos.
No início do século 20, muitas doenças infecciosas eram endêmicas no Brasil. Todos os anos ocorriam em torno de 100mil casos de sarampo e 10 mil casos de poliomielite. A mortalidade infantil chegava a mais de 100 crianças por cada mil habitantes. Com a criação de um Programa Nacional de Imunização (PNI) em 1973, esta realidade vem mudando. Hoje, o Brasil é um dos países que oferece o maior número de vacinas de forma gratuita, com calendário definido para todas as faixas etárias. E, com a implantação de novas vacinas, em diferentes grupos populacionais, desde a criança ao idoso.
O processo de fabricação das vacinas é extremamente complexo, sendo resultado de muitos anos de investigação em pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico. As vacinas passam por um rigoroso controle de qualidade, antes de serem distribuídas à população. Então, são seguras!
Avanços nas áreas de genética e biologia molecular impulsionaram e impulsionam novas descobertas sobre genes e proteínas de agentes infecciosos, fazendo surgirem novas vacinas seguras e eficazes. Para além dos avanços tecnológicos relacionados ao desenvolvimento de novas vacinas, não se pode subestimar uma questão primordial: é necessário melhorar as coberturas vacinais para que esse gráfico ilustrativo mundial seja cada dia constituído de círculos menores ou inexistentes.