Os riscos e vítimas ocultas da pandemia

Cuidados no verão

Sabemos que a realidade imposta pela pandemia do novo Coronavírus e o distanciamento social alteraram drasticamente a rotina de toda a sociedade e que impactos negativos sobre o bem-estar físico, mental e social crescem a cada momento.

O impacto para crianças e adolescentes

Famílias com crianças ou adolescentes foram as mais impactadas pela crise provocada pela Covid-19 no Brasil. É o que revela a pesquisa Impactos Primários e Secundários da

Covid-19 em Crianças e Adolescentes, divulgada pelo UNICEF.

Embora crianças e adolescentes não sejam os mais afetados diretamente pela Covid-19, a pesquisa deixa claro que eles são as grandes vítimas ocultas da pandemia. Suas famílias tiveram as maiores reduções de renda, afetando a qualidade da alimentação.

Na educação

Na educação, a pandemia mudou a rotina de crianças, adolescentes e suas famílias. Com o fechamento das escolas, o UNICEF estima que 44 milhões de meninas e meninos ficaram longe das salas de aula no País.

Cobertura vacinal na pandemia

E, enquanto o mundo aguarda para que toda a população receba a vacina, o Brasil enfrenta outro desafio: reverter a queda da cobertura vacinal que, no último ano, passou pela pior adesão da série histórica.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou como alarmante o declínio do número de crianças e adolescentes vacinados em todo o mundo e alertou para o risco de que sejam perdidas as conquistas de proteção vacinal desta parcela da população. As vacinas foram um fator decisivo para a diminuição da mortalidade infantil.

No Brasil, o levantamento realizado pelo IBOPE revelou que 29% dos pais adiaram a vacinação dos filhos após o surgimento da pandemia e destes, 9% planejam levar os filhos para vacinar somente quando a pandemia acabar. A pesquisa, que ouviu pais das classes A, B e C, aponta que os atrasos ocorreram em todos os estratos sociais.

As consultas de rotina também ficaram em segundo plano. Entre as famílias entrevistadas, 44% deixaram de realizar o acompanhamento dos filhos com o pediatra e o valor chega a 50% entre os pais de crianças de 3 a 5 anos.

As informações coletadas pela pesquisa indicam que é necessário realizar um extenso trabalho de conscientização da população a respeito da necessidade de manter atualizada a carteirinha de vacinação das crianças, especialmente durante a pandemia do novo coronavírus.

O medo traz de volta doenças erradicadas

O medo de comparecer às salas de vacinação é compreensível no contexto atual, mas devemos lembrar que muitas doenças prevenidas por vacinas também são extremamente perigosas, que outras infecções graves continuam a circular, como as meningites bacterianas, que podem levar à morte em poucas horas. As baixas coberturas vacinais tornam as pessoas não imunizadas corretamente mais suscetíveis a contrair doenças, como a paralisia infantil, difteria, coqueluche, a pneumonia, a diarreia, sarampo, a febre amarela, entre outras. Se elas voltarem, teremos dois problemas para solucionar.

O Brasil perdeu, em 2019, o certificado de eliminação do sarampo, conquistado pouco menos de três anos antes. A volta do sarampo foi um retrocesso. A varíola foi extinta das Américas em 1971, a Pólio em 1994, a Rubéola e rubéola congênita em 2015, todas por programas exitosos de vacinação.

E, segundo uma análise do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), com base de dados atualizados até abril deste ano, menos da metade dos municípios brasileiros atingiu a meta estabelecida pelo PNI para 9 vacinas (entre elas a vacina contra hepatite, pólio, tuberculose e sarampo).

Como mudar a realidade na pandemia

Na pandemia o atendimento à saúde foi direcionado à situação de emergência, deixando de lado os cuidados primários, como consultas, exames regulares e vacinações de rotina. Temos vistos postagens no Instagram, em nossa região, sobre a dificuldade em vacinas recém-nascidos com a BCG e hepatite B.

A cadeia de comunicação sobre a necessidade de manter a cobertura vacinal foi interrompida e, ao mesmo tempo, um intenso processo de informações, muitas vezes falsas, trouxe à população uma incerteza sobre as vacinas.

Retomar o foco nos cuidados primários e criar um plano de comunicação sólido sobre vacinas, inclusive com depoimentos da vida real, tornam-se urgentes. Só assim conseguiremos restabelecer o pilar central de um sistema de saúde, na tentativa de mitigar os danos e vítimas ocultas da pandemia.

A Immunize está aqui, pronta para colaborar. Se colocando como mais uma opção para colocar em dia o cartão de vacinas das pessoas e trazer informações de saúde com responsabilidade e carinho.

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