Carnaval pode prolongar a onda de Ômicron no Brasil

Como foi possível constatar nos primeiros meses de 2022, o ritmo de transmissão da Ômicron é rápido. Ao longo de janeiro e fevereiro, o Brasil teve um aumento significativo de novos infectados e de óbitos. Mas pelo que se observou em outros países, com a mesma velocidade em que a variante atinge seu pico, acontece a queda e, consequentemente, o fim da onda. 

Segundo infectologistas da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), esta fase da pandemia difere das outras porque não se chega a um platô, isto é, a variante não fica “parada” por muito tempo, criando novos casos, por isso ocorre a alta velocidade de alta e de queda. Essa característica foi verificada na África do Sul e no Reino Unido, os primeiros países a constatarem o movimento da nova cepa.

Acredita-se que o tempo do pico de infectados até começar a queda varia entre 25 e 45 dias. Mas o feriado de Carnaval, que será de 26 de fevereiro a 1º de março, pode atrapalhar a melhora do quadro no país, conforme apontam especialistas.

Apesar do cancelamento das festas oficiais na maioria do país, há aglomerações, viagens e momentos de maior interação entre as pessoas. Ainda não se sabe o efeito que isso terá. Mas existe a possibilidade de que haja mais pessoas infectadas, com consequente aumento de internações e óbitos. Com isso, pode ser que o fim desta onda seja lento do que o observado em outros países.

Como está o panorama atualmente

De acordo com nota técnica da Fiocruz  publicada no último dia 15, a tendência de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 é de queda. A média móvel de contaminações também apresenta diminuição há duas semanas. 

Apesar disso, a Fiocruz ressalta que o pico de mortes ainda não foi atingido. De acordo com dados da fundação, o pico de óbitos ainda deve acontecer e para que se possa afirmar uma melhora considerável no cenário da pandemia, temos até o início de março para que o número de vítimas da Covid comece a cair

Várias pandemias em uma

A pandemia no Brasil não é regular e tem características muito particulares em cada região do país, inclusive nesta onda de Ômicron.  

Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, em que a nova cepa apareceu mais cedo do que em outras, a situação já está caindo. Mas há locais em que a onda ainda nem chegou ao ponto máximo. Entretanto, a queda nas grandes tem um impacto nacional importante na curva da pandemia.

Vacinação é a melhor solução

Independentemente da evolução da Ômicron após o Carnaval, os especialistas garantem que ainda precisaremos lidar com os efeitos da Covid por um tempo, e a vacinação é a melhor forma de prevenção dos casos graves e óbitos.

“Estamos em uma pandemia, e hoje o nosso cenário é manter todo mundo o mais protegido possível. No período pós-pandêmico, a gente talvez nem vacine, ou só vacine grupos específicos, ou vacine a cada dois anos, ou anualmente. Nós ainda não sabemos”, afirma o diretor da SBIm, Renato Kfouri.

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